A British Broadcasting Corporation – que é conhecida pela sigla “BBC” –, a partir de 2013, levou aos televisores do Reino Unido o programa “Football Freestyler”. Que consiste em enviar Dan Magness – um astro do gênero – aos confins do planeta, em busca dos praticantes da vertente malabarística do ludopédio.
Uma consequência da evolução desse esporte.
No qual se passou a valorizar menos a habilidade – ou seja, o quesito mínimo para o seu desempenho – do que os dotes halterofilísticos de seus sectários. Posto que os tais passaram a ter de se revestir com uma “armadura orgânica” para, em uma modalidade em que o contato físico é tolerável, garantir a longevidade profissional.
Contudo, um fenômeno nocivo ocorre quando esse novo futebolista tenta regressar às suas origens. Posto que, ao sair de um universo em que a regra é não ter regra, ele parecer perder seus poderes.
Talvez, porque as acrobacias a que submete a bola sejam tolhidas pela ação dos que o cercam.
Pois, como um cão, ele tem a atenção contida pelo apito do árbitro. Quando não, não recebe a bola de um colega invejoso. Ou não a retém, como gostaria, devido aos apelos de outro que está, ou acredita estar, melhor posicionado. E, até mesmo, por não estar imune à imprudência de um adversário desprovido de espírito esportivo.
Tal qual ocorre com o cidadão que se dedica a manusear a própria “pica” com a perícia de um especialista no uso da escopeta. Quando, diante de uma mulher, se depara com o imponderável. Como a fêmea que, na hora do sexo, insiste em falar com a voz de uma criança. Mas que, em relação à felação, se recusa a aceitar a figura de uma mamadeira como metáfora e, consequentemente, a engolir um “leitinho quente”.
Doravante, com o fim de aplainar o campo dos “‘freestyleres’ da sacanagem”, a edição de Nº 469 da Playboy de junho de 2014 se aproveitou do fato de ter sido publicada no período em que ocorreu a “XX Copa do Mundo de Futebol” para investir no tema. Para tal, entregando o encargo à fotógrafa Autumn Sonnichsen. A qual responde pelos ensaios de Pietra Príncipe, em outubro de 2013, e de Aline Prado, em fevereiro de 2014.
Ademais, nesse trabalho, ela cobre os três tempos de uma “pelada”. Em que, inicialmente, Patrícia Jordane, a estrela do mês, em um túnel, oferta seus gloriosos glúteos às trevas, enquanto olha para a luz, ao fim dele, em que há o paraíso de todo boleiro. Que forjado foi com as subjetivas coincidências que parecem existir quando intercaladas são as fotos em que se tem como palco a quadra de society do Espaço para Eventos da Granja Viana, em São Paulo, e o campo do Estádio Bruno Daniel, em Santo André, no Grande ABC.
Todavia, dentro de um conceito que como textura tem a ideia de “inversão”, Patrícia se aquece ao molhar sua arrepiada pele com a água de uma garrafa plástica. Enrijecendo, assim, os mamilos e, com um fio da mesma, ocultando o que a ausência de pelos revela-lhe da vagina.
Daí, dando vasão a uma fantasia que é mais feminina do que masculina: que é a de estar nua no meio de um monte de marmanjos.
No caso, jogando bola com homens que se beneficiarão de alguma fragilidade que demonstre para submetê-la a qualquer perversão.
Entretanto, no intervalo, em um mictório, ela vai à forra, ao se valer de um squeeze para ironizar uma das vantagens evolutivas que o homem tem sobre a mulher: a de urinar em pé.
Então, no correr do segundo tempo, ao aparentar estar extenuada e farta do desrespeito a que não foi poupada – que quase a deixou moralmente grávida –, ela vai para o gol. Onde só se descontenta com os comentários dos gandulas.
Por fim, Patrícia parte para o terceiro tempo. Que é realizado em meio às paredes forradas de motivos futebolísticos do Bar São Cristóvão, na Vila Madalena, em São Paulo. Onde esbanja devassidão! Fazendo com que os espermas queiram escapulir do escroto de quem a observa.
Tanto que, por conta disso, é obrigada a voltar ao campo. Onde, como um cadáver, é erguida pelos seus colegas de partida. Que a submeterão a uma dolorosa e interminável prorrogação.
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