quarta-feira, 30 de junho de 2010

BRASIL 3 X 0 CHILE

O quarto jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2010 provou que o torcedor mediano brasileiro tem vocação para “vaquinha de presépio”. Pois basta colocá-lo à beira de um abismo e falar: “Dê um passo à frente, aquele que é muito feliz”, que um argentino lhe dará um tapa nas costas e dirá: “No sea tímido, hermano!”
Sem mais, no Ellis Park, em Johanesburgo, como de costume, a partida começou sem imaginação. Com cada equipe alterando o termo “timeco” para “time-eca”. Já que o Chile não tinha treinador. E, do lado brasileiro, Kaká estava com o dízimo atrasado. Portanto, abandonado. Contudo, o Demônio viu que o prejuízo poderia se agravar. Ora que o fracasso do seu garoto-propaganda poderia resultar em uma debandada de fiéis. Logo, inspirou Juan a abrir o placar, aos 34 minutos. Depois, aos 38 minutos, Luís Fabiano recebeu um passe do filho de Satã e marcou o segundo tento.
Na etapa final, aos 14 minutos, Robinho fechou o placar. O que, por se tratar de um jogo insosso, expandiu a atenção de alguns ao plano periférico. À comemoração antecipada que fluiu da rua. Resultado do “delay” – o retardo – que a TV por assinatura gera. Sim, a punição, dentro do conceito cristão, a quem ousou investir em luxo. Já que a informação trafega com mais velocidade pelas ondas do rádio do que pelo sinal digital. Dando aos miseráveis o privilégio de jogar água no chope da burguesia.
Ademais, o melhor do jogo foi o pós-jogo. Quando o abastado se rebaixou ao nível dos coitados. E, na Rádio Jovem Pan AM, se divertiu com os comentários de Diogo Mainardi – vulgo: a “vuvuzela humana”.





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